A Quaresma começa, após a Quarta-Feira de Cinzas;
Da triste aurora dos pós carnaval ao lar cheio de vida.
A graça da Quaresma apaga o triste e vil tom sombrio,
E começa um tempo novo para a alma, antes vazio.

A festa termina, findam, as folias do carnaval cessam,
Um ruído tranquilo, forte e uma paz suave começam.
Da festa pagã vibrante à nobreza do iniciar um jejum,
Começa uma história contada, um espírito comum.

Com as palmas estendidas e os corações iluminados,
A ditosa jornada da Quaresma é banhada pela noite.
Arrependimento buscado e grandes fardos suportados,
Caminho não trilhado, vida renascida na obscuridade.

Os peixes capturados e o pão ázimo é compartilhado,
Uma graça alcançada, um amor impensável declarado.
Em orações sussurradas, bem como, belas canções,
O espírito da Quaresma vem corrigindo os corações.

As cinzas caem, um sinal sagrado e uma nova festa,
Uma verdade sussurrada, segredada, um amor divino.
Por quarenta dias, o mundo atende, em ato magnífico,
À penitência e à esperança que ela, feliz, empresta.

Das alegrias terrenas e descrentes à busca celestial,
A jornada da Quaresma é “ad aeternum” posta à prova.
Um tempo para mudança, um tempo de vida nova,
Uma alma renovada, um coração renascido e jovial.